A maior parte da produção literária (e artística, no geral) ficará esmagada pela tremenda quantidade de páginas escritas. Pontualmente, um título emerge sobre todos os outros e atinge o estatuto de imortalidade. São esses que darão nome a uma época, influenciarão escritores ainda por nascer e terão as suas histórias recontadas em todos os meios de expressão artística.
No terror, nomes como «Drácula» e «Frankenstein» são aqueles que surgem, imediatamente, à menção da palavra Clássico. Outros há, igualmente merecedores, mas que, em Portugal, ou nunca foram editados ou o têm sido de forma irregular, aparecendo e desaparecendo, vítimas da mesma turbulência que sofre a literatura contemporânea.
Queríamos, na Barca, dar a esses clássicos uma edição que lhes garanta o estatuto de inesquecíveis, não só na memória coletiva, mas também nas estantes dos leitores portugueses.
Começamos com «Carmilla», um livro de inegável influência em toda a literatura gótica que se seguiu, numa nova tradução realizada por Marta Nazaré e edição arrojada desenhada pela Isa Silva. «Carmilla» merece-a, e vocês também.
Olhando para o gótico português, fomos surpreendidos pela temerária personagem de Henriqueta Emília da Conceição, cujas aventuras são relatadas em «Henriqueta – uma heroína do século XIX». Há muito naquela vida, naquela história, naquilo que o livro mostra de Portugal do século XIX que julgámos merecedor de mais uma edição de capa dura, com as ilustrações originais reimaginadas pela Isa Silva e um posfácio de Cidália Dinis e Francisco Miguel Araújo.
Esta coleção ilustra o compromisso de trazer à tona livros que terão lugar nas nossas e vossas estantes muito para lá da nossa partida. A quem não tem ainda estes títulos, comprem-nos (valem a pena), e a quem já os guarda como preciosidades que são, fiquem atentos. O terceiro volume está a ganhar vida na nossa oficina.